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Alvitrando

Aqui se dão alvíssaras e trocam ideias sobre temas gerais, o Alentejo e o poder local, e vou dando notícias das minhas reflexões sobre temas da actualidade e de acontecimentos que achar que devem ser divulgados por esta via.

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Aqui se dão alvíssaras e trocam ideias sobre temas gerais, o Alentejo e o poder local, e vou dando notícias das minhas reflexões sobre temas da actualidade e de acontecimentos que achar que devem ser divulgados por esta via.

Antes que seja tarde

Zé LG, 27.01.10

Depois de ter feito, quando em 2005 ganhou as eleições, um enorme escarcéu sobre o exagerado défice de então, 6,1% do PIB, e de, com base na necessidade de o baixar, ter aumentado impostos, contrariando a promessa eleitoral, e obrigado os trabalhadores e os portugueses de mais baixos recursos a apertar ainda mais o cinto e, dessa forma ter conseguido chegar aos 2,6% em 2007, o governo PS apresenta para 2009 um défice de 9,3%, três pontos percentuais acima do registado em Setembro último.

Este descontrolo, mais três pontos percentuais em três meses tal como no mandato, mostra bem o que foi o uso e abuso do aparelho do Estado em ano de eleições e como José Sócrates escondeu dos portugueses o verdadeiro estado da nação, tal como mostra a sua efectiva incapacidade de controlar as contas públicas, ao contrário do que sempre disse e voltou agora a dizer, com todo os desplante de quem não tem vergonha nem respeito pela inteligência dos portugueses, ao afirmar que “já o consegui fazer (descer o défice), sei como fazê-lo e estou empenhado em consegui-lo”.

O que mais me incomoda (mas parece que incomoda poucos) é a desfaçatez e falta de vergonha desta gente (PS). Agora que já não conseguem esconder o tamanho do buraco para que empurraram o país (o maior défice de sempre, uma das mais altas taxas de desemprego, investimento público a descer há uma década,...) ainda vem o primeiro-ministro dizer que “sabe com fazer” descer o défice, porque já o conseguiu fazer, e aí estão as velhas e estafadas soluções que passam por exigir aos mesmos de sempre – os trabalhadores e os mais necessitados -, que paguem a crise.

Agora até já inventaram uma nova para nos manterem anestesiados, que consiste em dizer que não vale a pena olhar para trás e avaliar o que foi feito porque o que interessa é olhar para a frente e resolver os problemas. Mas como é que os responsáveis pela situação a que chegámos, que mostraram a sua falta de vontade política e incapacidade de resolver os problemas, os vão resolver, se são os mesmos, com as mesmas políticas e as mesmas mesinhas?

Mas que Povo somos, que permitimos que nos tratem desta maneira e nada façamos? Nem o pior ministro da UE se demite, nem o demitem, nem corremos com este governo, nada! Parece que estamos anestesiados com medo da ingovernabilidade, como se fosse possível ter pior governo do que este. Pior para o Povo, está bem de ver, porque os senhores do capital, os que lhes prestam serviços e os governos que para eles trabalham não só não se queixam como tudo fazem para que tudo continue na mesma. Que importa que isto (Portugal) vá ao fundo se eles já puseram o deles a salvo?

É urgente experimentar alternativas, propostas por quem não esteve no poder e que, por isso, não pode ser responsabilizado pela situação, com outras visões e políticas, que mostrem se existem ou não alternativas melhores ou se temos de nos conformar com esta fatalidade. Perdemos a oportunidade de criar essa possibilidade em Outubro último. Não podemos perder mais quatro anos a comprometer o futuro. É preciso e urgente acabar com a instabilidade instalada, afastando quem já mostrou à saciedade que não sabe ou não quer governar, antes que a ingovernabilidade se entranhe e se criem e desenvolvam situações sociais de difícil controlo.

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