A deplorável actualidade das palavras
“ORDINARIAMENTE todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção nem o instinto político, nem a experiência que faz o ESTADISTA. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política do acaso, política de compadrio, política de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidades e interesses, por especlulação e por corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?”.
Eça de Queiroz, 1867, no jornal “O distrito de Évora”
Recém-formado em direito, Eça de Queiroz vem para Évora ainda em Dezembro de 1866. Aqui dirige e redige, desde o primeiro número publicado em 6 de Janeiro de 1867, o jornal bissemanário “O Distrito de Évora”, periódico de orientação oposicionista. Pede a demissão do cargo em 1 de Agosto do mesmo ano e abandona a cidade.
Isidoro de Machede
Roubado do Alentejanando