Será que se deixam enganar?
Estas autárquicas estão a mostrar-se férteis em tentativas de mercantilização de candidatos e, principalmente, de votos. Da tentativa de usurpação do mérito de projectos alheios à oferta de excursões com visitas e lanches pagos, da promessa de empregos e negócios ao show off da festa e festarola, com “artistas” a comparecerem ou a aparecerem em vídeo, dos jantares e almoços aos pequenos-almoços, lanches ou simples cafés, minis ou copos de vinho pagos, tudo parece valer.
É o nível zero, ou abaixo dele, da política. Sem ética, tratando os eleitores como simples mercadoria cujos votos podem ser comprados bastando acordar o preço. Cem anos depois da instauração da República e trinta e cinco depois da Revolução dos Cravos é simplesmente repugnante esta prática de alguns candidatos…
A questão que se coloca é a de saber se os eleitores, que esses candidatos tentam comprar, estão mesmo à venda, abdicando dos seus princípios, convicções e dignidade, ou, se pelo contrário, se aproveitam dessa sua oportunista “generosidade”, fingindo deixar-se enganar pelo “chico-espertismo” desses candidatos, acertando contas com eles no dia das eleições.