Afinal Cavaco tem dúvidas, especula e endurece guerra aberta com o PS
Cavaco Silva afirmou que desconhece o e-mail e tem dúvidas sobre a veracidade do mesmo mas que, admitindo a possibilidade de o conteúdo ser verdadeiro - «e onde está o crime?» de um assessor ter expressado opiniões pessoais? -, remodelou a sua casa civil, porque ninguém estava autorizado a pronunciar-se em seu nome.
Afirmou também que dirigentes do PS tentaram envolver o Presidente da República na campanha eleitoral e acusou "destacadas personalidades do partido do Governo" de manipulação e de o tentarem colar ao PSD, com o objectivo de desviar as atenções dos problemas do país.
Disse ainda que o caso do e-mail lhe levantou dúvidas sobre a segurança na sua conta de e-mail, pediu a opinião a vários peritos e chegou à conclusão que o sistema tem «vulnerabilidades».
Cavaco Silva, em vez de esclarecer, alimentou as dúvidas que existiam, aumentou a confusão e endureceu a guerra aberta com o partido do governo, mostrando que afinal não foi capaz ou não quis ficar à margem das eleições, interferindo, de facto, quer nas legislativas quer nas autárquicas, com os seus silêncios (tabus) e as suas declarações. Tudo faz crer que, com a gestão deste processo, pretendendo dar uma mãozinha à sua amiga Manuela acabou, na prática, por favorecer o PS.