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Alvitrando

Aqui se dão alvíssaras e trocam ideias sobre temas gerais, o Alentejo e o poder local, e vou dando notícias das minhas reflexões sobre temas da actualidade e de acontecimentos que achar que devem ser divulgados por esta via.

Alvitrando

Aqui se dão alvíssaras e trocam ideias sobre temas gerais, o Alentejo e o poder local, e vou dando notícias das minhas reflexões sobre temas da actualidade e de acontecimentos que achar que devem ser divulgados por esta via.

O agravamento da crise na comunicação social põe em risco a democracia

Zé LG, 10.01.24

Sem nome (44).pngUma comunicação social livre e independente é fundamental e determinante para o bom funcionamento da democracia. Sabemos quanto é difícil à comunicação social e, especialmente, aos jornalistas exercerem a sua função com plena liberdade e total independência, porque quase todos os que têm poder, mesmo que defendendo a democracia, não se inibem de exercer o poder que têm de forma a tentar que eles não os incomodem, escrutinando toda a sua actividade.

É a isso que todos os dias assistimos, pelas mais diversas formas, umas mais evidentes, outras mais subtis ou sofisticadas, a tentativas, muitas delas concretizadas, de condicionar a liberdade e a independência dos órgãos de comunicação social. Esses condicionamentos vão das fontes de financiamento, passando pela precariedade do emprego, até à equiparação de outras formas de comunicar à comunicação social.

 

 

Crise política ou de regime?

Zé LG, 15.11.23

Banner-Lopes-Guerreiro-300x286.jpgHá precisamente uma semana, com surpresa para todos, incluindo os próprios directamente envolvidos, na sequência de um conjunto de diligências do Ministério Público, foram detidas e feitas arguidas um grupo de pessoas, algumas próximas do primeiro-ministro, por suspeitas de práticas criminosas nos processos de licenciamento da exploração de duas minas de lítio, do hidrogénio verde e de um centro de dados, todos eles classificados pelo governo como projectos de interesse nacional, para poderem beneficiar de tratamento especial e de financiamentos.

No meio deste furação judicial, saiu um comunicado da Procuradoria Geral da República informando que ia abrir um processo ao primeiro-ministro, por este ter sido referenciado por detidos ou arguidos em escutas telefónicas. Na sequência deste comunicado, António Costa pediu a demissão de primeiro-ministro, dizendo que, por terem sido levantadas suspeitas sobre a sua idoneidade, não podia manter-se no lugar, porque , a manter-se em funções, contribuiria para afectar a imagem das instituições, designadamente a do governo. A demissão foi imediatamente aceite pelo Presidente da República.

 

 

“máquinas administrativas tendem a oprimir a acção política dos cidadãos”

Zé LG, 07.10.23

cultivando-cidadania.jpg«Diria que o exercício da própria cidadania, ajuda a consolidar a democracia que temos! Uma tarefa transversal que caberá a todos em consciência desde que exercida com princípios e esclarecimento! Quantas vezes no entanto, cada um no seu meio, se torna impotente perante máquinas administrativas, exacerbadamente politizadas e conservadoras, que tendem a oprimir ou ostracizar a acção política dos cidadãos! Talvez lá cheguemos um dia, com paciência e determinação!» Anónimo 04.10.2023, aqui.

Quem deve governar em democracia?

Zé LG, 02.08.23

Banner-Lopes-Guerreiro-300x286.jpgEsta parece ser uma pergunta retórica, mas não é. É uma questão muito pertinente e oportuna, que ganhou toda a centralidade no debate político em Espanha, na sequência dos resultados das recentes eleições gerais.
Até 2015, era prática corrente ser o partido mais votado, com maioria absoluta ou simples, a formar governo e a governar em Portugal. Só raramente, e à direita, foram formadas maiorias pós eleitorais através de coligações e nunca antes tinha sido um partido que não ganhou as eleições a formar governo e a governar.
A partir daquele ano e apesar do PSD ter sido o partido mais votado, com a constituição de uma maioria parlamentar pós eleitoral do PS, com o PCP e o Bloco de Esquerda, com base em acordos bi-partidários, tornou-se  possível ao PS formar governo e governar, quebrando-se aquela prática.

“Vamos assim-assim”

Zé LG, 11.05.23

851263.jpg«Bastava termos dedicado uns minutos a ler o relatório da revista britânica The Economist e rapidamente teríamos percebido porque nos estamos a tornar no carro vassoura da Europa: reclamamos muito, mas exigimos muito pouco. Temos uma cultura que se dá à lamúria e quando nos perguntam o que queremos, é frequente respondermos que ‘tanto faz’, ou ‘escolhe tu’; E se nos perguntam como estamos, vamos ‘assim-assim’ ou ‘mais ou menos’. É típico dos portugueses, já dizia o Presidente Jorge Sampaio.»

Luís Castro, Jornalista, explica, aqui, porque “só há vinte e quatro democracias plenas no mundo e Portugal não é uma delas”, sendo considerada “uma democracia imperfeita” e “uma das democracias eleitas onde se regista degradação das suas instituições democráticas”.

Chega! O fascismo não passará por aqui.

Zé LG, 25.04.23

Ezx2dWzXoAk0KG6.jpgAssistimos hoje a um enfraquecimento das democracias, um pouco por todo o Mundo. O que muitos consideravam irreversível está a acontecer. Tal deve-se, em primeiro lugar, à falta de respostas satisfatórias às necessitades mais sentidas dos povos, por parte dos governos, que, em vez de aprofundarem as suas componentes económica, social e de defesa do ambiente e criarem espaços de maior paricipação popular, muito fazem para reduzir a democracia à sua componente política e eleitoral e mesmo estas são, nalguns casos, fortemente condicionadas. Mas o enfraquecimento das democracias deve-se também à falta de instrumentos que as defendam mais eficazmente. Não pode valer tudo, incluindo tudo o que os seus inimigos fazem para as destruir, em nome da liberdade que elas lhes proporcionam.

Há 49 anos atrás reconquistámos a Liberdade e com ela construímos o regime democrático, que, não sendo perfeito e necessitando de grandes aprofundamentos, nos permitiu ter um Portugal melhor, aberto ao Mundo e mais desenvolvido. Precisamos de melhorar a democracia, travar tentações autoritárias do tipo “quero, posso e mando”, “isto é tudo nosso” ou “vale tudo” e desmascarar e combater todas as forças saudosistas do Estado Novo, que tudo fazem para, aproveitando a falta de defesas eficazes da democracia, para a fragilizar, tentando fazer crer nas pessoas a necessidade de “salvadores da pátria” e de um novo regime autoritário.

É com esses objectivos que alguns têm vindo a usar e abusar deste espaço para tentar condicionar e impedir qualquer debate sério sobre qualquer assunto e fazer a defesa do fascismo e propaganda de ideias anti-democráticas. Se o querem fazer, façam-no nos seus espaços, não usem este. Chega! O fascismo não passará por aqui.

Evocação dos 50 anos do 3º Congresso da Oposição Democrática

Zé LG, 01.04.23

335864864_1726202191130619_4566957898837810732_n.jpgA URAP organiza em Aveiro, dia 1 de Abril, uma comemoração de âmbito nacional do 50º aniversário do 3º Congresso da Oposição Democrática, acontecimento de particular importância na luta contra o fascismo português, que veio juntar-se à luta de todos os democratas portugueses contra a ditadura e constituiu um forte impulso para o 25 de Abril de 1974.

O 3º Congresso da Oposição Democrática, realizado em Aveiro entre 4 e 8 de Abril de 1973, com a participação de 4 000 antifascistas, contribuiu para a queda do regime fascista e colonialista que durante 48 anos governou Portugal e foi um factor de consciencialização para os oficiais das Forças Armadas. Lembrar e agradecer aos que combateram contra o fascismo é um dever e é lutar pela continuação da liberdade e da democracia! Daqui.

A democracia portuguesa ainda não recuperou da pandemia

Zé LG, 11.02.23

844294.jpgEm 2022, Portugal não evoluiu positivamente no Índice de Democracia elaborado anualmente pela revista The Economist. Há três anos, à boleia da pandemia, dos estados de emergência e das restrições às liberdades, Portugal desceu à categoria de «democracia com falhas», e, desde então, nunca mais conseguiu regressar ao estatuto de «democracia plena», no qual estava em 2019
O relatório de 2022, divulgado pela The Economist Intelligence Unit, atribui a Portugal uma pontuação total de 7,95 em 10, contribuindo para que o país se mantenha no 28.º lugar na classificação global, mas em 16.º na regional, que diz respeito à Europa Ocidental. Nesta classificação, a democracia portuguesa só fica à frente das de Malta (17.º), Itália (18.º), Bélgica (19.º),   Chipre (20.º) e Turquia (21.º).
Entre os critérios avaliados, Portugal consegue obter a sua melhor  pontuação no processo eleitoral e no pluralismo (9,58 em 10) e nas liberdades cívicas (9,12 em 10). Já em critérios como a participação política (6,67) e a cultura política (6,88), fica muito aquém da maioria dos países europeus.

Há muita gente séria na política. Nem todos são iguais.

Zé LG, 25.01.23

Banner-Lopes-Guerreiro-300x286.jpgCom demasiada frequência, ouvimos dizer que, na política, são todos iguais. E esta afirmação, que podia ser um elogio, pretendendo dizer que todos os que fazem política o fazem de forma desinteressada em termos pessoais e com todo o empenhamento em servir a comunidade e a sociedade, não passa de um atestado de malvadez aos políticos, principalmente aos que militam em partidos com poder e aos que exercem cargos públicos, seja a que nível for.

 

A democracia está a ser posta em causa com demasiada frequência

Zé LG, 11.01.23

Banner-Lopes-Guerreiro-300x286.jpgÉ costume repetir-se que “a democracia é o pior dos regimes, depois de todos os outros”. Esta simples mas verdadeira constatação não nos deve levar a considerar o regime democrático irreversível. Para nos lembrar isso mesmo aí estão os acontecimentos registados no Brasil, à semelhança dos que tiveram lugar há dois anos nos Estados Unidos da América.

Em democracia devemos celebrar as vitórias e aceitar as derrotas. É dos poucos, senão o único, regime em que os que hoje ganham eleições, nalguns casos até com maioria absoluta, e acedem ao poder, amanhã podem perder eleições e ser afastados do poder. Tal não se verifica noutros regimes, designadamente nos totalitários, em que, alcançado o poder, os que tal conseguiram pretendem perpetuá-lo para sempre, quase sempre com as consequências que se conhecem.