CDU ACUSA CÂMARA DE ALJUSTREL DE CENSURA
ALJUSTREL - CÂMARA CENSURA LIVRO
Em 2008 a Câmara CDU editou um importante roteiro promocional do Concelho intitulado “ NA SENDA DO MINÉRIO“, do mais importante que alguma vez se fez, no género, em Aljustrel, em matéria de divulgação e informação sobre a sua realidade histórica, geográfica, geológica e mineira. Esse livro continha uma folha em que, de um lado figurava o índice da obra e, do outro, um texto da autoria do presidente da Câmara da altura, José Godinho.
Acontece que essa obra surgiu recentemente à venda no Posto de Turismo amputada dessa folha e sabe-se que ela foi rasgada. Parece incrível mas é verdade. Isto está mesmo a acontecer numa terra que tem na sua gloriosa história o registo de uma abnegada luta, contra o fascismo, designadamente contra a censura e pela liberdade de expressão.
É a verdade nua e crua! Os actuais detentores da maioria na Câmara estão desesperadamente agarrados ao poder e, temendo correr riscos de o perder, revelam-se dispostos a tudo e não hesitam mesmo em recorrer aos métodos mais hediondos do fascismo, ofendendo a memória de um povo que deu muito à causa da democracia e que pagou caro por isso.
E, enquanto tentam destruir testemunhos de um trabalho sério e digno ao serviço da população, eles esforçam-se por criar a ilusão, em que só eles e os seus apaniguados acreditam, de que a história de Aljustrel só começou com a sua chegada à Câmara, que antes o que vigorava era o reino das trevas, onde nada existia e onde nada acontecia, e vão semeando placas, onde se glorifica o nome do actual presidente da Câmara por tudo quanto é sítio e sob qualquer pretexto, promovendo e alimentando o culto da personalidade, tão ao gosto do tempo da outra senhora e sem a menor noção de ridículo.
Mas desta vez descuidaram-se. Foram longe demais. Os sorrisinhos e os salamaleques deram lugar à sua verdadeira face. Sentindo-se acossados, reagiram com um acto que é de uma baixeza inqualificável, que ultrapassa todos os limites da decência política e da moral.
O senhor Presidente da Câmara, quando foi confrontado com a situação na reunião da Assembleia Municipal, foi muito evasivo na atitude, mas lá foi dizendo, com pouca convicção é certo, que ia ver o caso. Entretanto já se passou mais de um mês e o que continua a reinar é o silêncio mais comprometedor.
A uma gestão autárquica responsável e séria, perante a gravidade deste caso, só lhe restava uma saída honrada: ou o Presidente da Câmara, se não sabia, informava-se sobre quem foram os autores de tão abjecto acto e agia em conformidade ou, de outro modo, sabia e então teria que ser ele próprio a assumir a responsabilidade dos factos. Veremos o que se vai passar entre nós.
É assim! Passados quarenta e três anos depois da Revolução dos Cravos, poucos imaginariam que isto pudesse estar a acontecer em Aljustrel, mas é esta, infelizmente, a triste realidade que vivemos.
ABAIXO A CENSURA – VIVA A LIBERDADE
Julho/2017
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