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Alvitrando

Aqui se dão alvíssaras e trocam ideias sobre temas gerais, o Alentejo e o poder local, e vou dando notícias das minhas reflexões sobre temas da actualidade e de acontecimentos que achar que devem ser divulgados por esta via.

Alvitrando

Aqui se dão alvíssaras e trocam ideias sobre temas gerais, o Alentejo e o poder local, e vou dando notícias das minhas reflexões sobre temas da actualidade e de acontecimentos que achar que devem ser divulgados por esta via.

Diocese de Beja prepara novas exposições em Alvito e Beja

Zé LG, 17.12.07

José António Falcão revelou, à Rádio Pax, que o Departamento Histórico e Artístico da Diocese de Beja, de que é director, está a preparar, com a Câmara Municipal de Alvito, a realização de uma exposição, para dar a conhecer parte da colecção de arte sacra do Concelho, e, em parceria com a Câmara Municipal de Beja, uma mostra para assinalar o Ano Europeu do Diálogo Intercultural.

Câmara de Beja está a “navegar à vista”

Zé LG, 17.12.07

“Beja deve ter uma estratégia própria” porque é a capital do distrito, sustentou, em entrevista ao programa “Directo ao Assunto” da RádioPax, Carlos Figueiredo, vereador do PS, que admite que a Câmara está a “navegar à vista”, não existindo um “quadro de referência claro para todos”, pelo que os projectos inseridos no plano de actividades surgem de forma “avulsa” e a cidade não sabe “o que quer ser no horizonte de 2015”.

Diário do Alentejo em mudanças

Zé LG, 17.12.07

João Matias, licenciado em Antropologia, ex-jornalista de “A Bola” e actual Coordenador do Gabinete de Informação e Relações Públicas da Câmara Municipal de Serpa, foi indigitado, pelo Conselho Directivo da AMBAAL, para Director do “Diário do Alentejo”, em substituição de Francisco do Ó Pacheco.

João Matias será, assim, no espaço de meia dúzia de anos, o quarto Director do “Diário do Alentejo”, que, depois do afastamento de Carlos Pereira e da conclusão do contrato com António José Brito, foi dirigido interinamente, primeiro, e efectivamente, depois, por Francisco do Ó Pacheco.

Estes factos são reveladores da agitação e turbulência que têm caracterizado a vida do jornal nestes últimos anos.

Agora, quando, depois de uma certa acalmia e equilíbrio que Francisco do Ó Pacheco tinha instalado no jornal e de ter deixado a interinidade e assumido em exclusividade a Direcção do “Diário do Alentejo”, eis que é substituído por João Matias.

Desconheço as razões que levaram a esta substituição, embora não me tenha surpreendido porque Francisco do Ó Pacheco já me confidenciara o seu desejo de regressar a Sines.

Naturalmente que, mal foi tornada pública a notícia da indigitação do novo Director do “Diário do Alentejo”, logo surgiram os críticos e as críticas. Alguns nem se preocuparam em ajustar as críticas à situação em concreto, foram ao baú e repetiram as de sempre. E outros esqueceram-se das suas responsabilidades e de que têm telhados de vidro…

O “Diário do Alentejo” volta, assim às mudanças. E desta vez não se fica só pela mudança de Director: Vai deixar de contar com a Gráfica, que, segundo consta, vai encerrar e, por isso, passar a ser impresso em tipografia externa e, certamente, também haverão mudanças de pessoal, para já não falar no jornal, propriamente dito.

E, com mais estas novas mudanças, voltam a ser temas de discussão a propriedade do jornal e a sua alegada falta de independência.

Não deixa de ser curioso que os que acusam o “Diário do Alentejo” de falta de isenção por ser propriedade de uma associação de municípios e, por isso, ser eventualmente controlado pela força política maioritária naquela associação não fazerem a mesma acusação aos órgãos de comunicação social do Estado, já para não falar dos privados.

Não deixa de ser, igualmente, curioso que os que acusam o jornal de ser controlado pela força política maioritária na sua proprietária só repararem nisso quando estão em minoria naquela entidade.

É caso para dizer que a democracia só é boa para os que estão em maioria, o que não deixa de ser uma visão e, principalmente, uma prática empobrecedora e perversa da democracia.

Mas tal como aconteceu de outras vezes, tudo isto será ultrapassado e esquecido daqui a algum tempo, mais que não seja por surgirem outros motivos de maior e mais actual divisão entre as forças políticas ou por simples taticismo.

Ou, ainda, por outra razão que, na minha opinião poderá pesar mais, que é o facto do novo Director do “Diário do Alentejo” ser um jornalista competente, experiente e com elevado sentido ético da profissão e uma pessoa atenta, que procura e sabe ouvir e com suficiente independência, para ser capaz de relançar o jornal como um dos melhores e mais respeitados jornais regionais a nível do país.

Importa ainda lembrar que o “Diário do Alentejo” já ultrapassou os três quartos de século e que, tendo sido criado e administrado por privados até pouco depois do 25 de Abril, foi adquirido por um grupo de municípios do Baixo Alentejo em 1982, depois de se ter deixado de publicar, passando logo a seguir a ser publicado pela Associação de Municípios, entretanto criada.

O “Diário do Alentejo” é pela sua história, pelas vicissitudes por que tem passado e pelo papel aglutinador, de informação regionalista progressista e, porque não dizê-lo?, de formação também, uma instituição de referência no Alentejo, sobretudo no Baixo Alentejo, onde tem maior implantação.

É por isso, por incomodar por não ser indiferente aos tempos e à vida nem ser neutro, que o “Diário do Alentejo” é tão odiado e querido, tão atacado e defendido, tão discutido.

O desafio de quem o dirige é fazer dele um jornal que nunca agradando a todos faz com que (quase) todos o continuem a considerar seu e um património regional de referência.

Por aquilo que conheço de João Matias estou convicto de que vai conseguir vencer este desafio.   

 

Lido na Rádio Terra Mãe, em 13 de Dezembro de 2007